terça-feira, 29 de outubro de 2013

Realismo

Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa, mais especificamente na França, em reação aoRomantismo. Entre 1850 e 1880 o movimento cultural, chamado Realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade do Neoclassicismo e do Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos do passado. O movimento manifestou-se também na escultura e, principalmente, na arquitetura.

Características do Realismo

  • Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos
  • Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.
  • Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.
  • Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.
  • Amor: a mulher objeto de prazer/adultério.
  • Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
  • Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
  • Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.

Realismo no Brasil


O Realismo no Brasil teve seu início, oficialmente, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de seu mais célebre autor,Machado de Assis. Esta escola só entra em declínio com o surgimento do Parnasianismo, por volta de 1890.
Com a introdução do estilo realista, assim como do naturalista, o romance, no Brasil, ganhou um novo alcance, a observação. Começou-se a escrever buscando a verdade, e não mais para ocupar os ócios dos leitores.1
Machado de Assis, considerado o maior expoente da literatura brasileira e do Realismo no Brasil, desenvolve em sua ficção uma análise psicológica e universal e sela, portanto, a independência literária do país.

Auguste Rodin

Auguste Rodin (Paris12 de novembro de 1840 — Meudon17 de novembro de 1917Foi registrado como François-Auguste-René Rodin e as suas primeiras esculturas foram feitas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 15 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo foi aceito na Escola de Artes Decorativas, sob a orientação de Boisbaudran e de Barye. Ingressou depois na Academia de Belas-Artes, onde conheceu os escultores Carpeaux e Dalou. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.
A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).
Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.

Theodore Rousseau

Étienne Pierre Théodore Rousseau (15 de Abril de 1812Paris - 22 de Dezembro de 1867Barbizon) foi um pintor realista francês, fundador da Escola de Barbizon. É considerado, por alguns, o precursor do Impressionismo.

Jean François Millet


Jean-François Millet (4 de Outubro de 1814 – 20 de Janeiro de 1875Pintor romântico e um dos fundadores da Escola de Barbizon na França rural. É conhecido como precursor do realismo, pelas suas representações de trabalhadores rurais.
Junto com Courbet, Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu surgido em meados do século XIX. Sua obra foi uma resposta à estética romântica, de gostos um tanto orientais e exóticos, e deu forma à realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras.
Millet era filho de um latifundiário, nascido na vila de Gruchy, em La Hague, na Normandia. Recebeu suas primeiras aulas de pintura em 1834, no estúdio dos pintores Paul DumouchelJérome Langlois e Chevreville, em Cherbourg. Mudou-se depois para Paris, em 1838, onde continuou sob a orientação do pintor Paul Delaroche, dedicando-se a estudar os grandes mestres do Louvre, principalmente GiorgioneMichelangelo e Poussin. O início de sua carreira como artista foi muito difícil. Precisava ganhar a vida pintando quadros a pastel no estilo rococó.
Após 1840, decide abandonar o Academismo e fica sob a influência de Daumier. Nessa época consegue se apresentar pela primeira vez no Salão de Paris e conhece os pintores Théodore Rousseau e Constant Troyon, que o influenciaram a mudar-se para o campo. Ele acabou indo para o povoado de Barbizon. Lá viveria toda a sua vida, longe da cidade que detestava e pintando seus célebres quadros de camponeses, que tantas críticas despertaram entre os conservadores franceses. Em 1849 abdica definitivamente de Escola de Barbizon para se dedicar por inteiro às suas representações de trabalhadores rurais das mais diversas áreas.

Jean Baptiste


Jean-Baptiste Camille Corot (Paris16 de Julho de 1796 — Ville-d'Avray22 de Fevereiro de 1875) foi um pintor realista francês.1
Filho de uma família de comerciantes abastados, Jean-Baptiste Camille Corot, teve uma infâcia confortável e estável, tendo trabalhado numa loja do pai. Corot fez seus estudos na cidade de Rouen,1 onde foi hospedado pela família Sennegon, uns vendedores de tecidos, amigos do seu pai.
Denis Sennegon casou-se com a irmã de Camille Corot, Annette-Octavie.
Corot, fez retratos de vários membros da família Sennegon. Destes, onze são conhecidos e dois estão expostos no Museu do Louvre. Nesses retratos, Corot (que nessa época raramente pintava figuras ou paisagens), teve oportunidade de se sentir à vontade com os modelos. Tais obras estão entre as mais notáveis de suas figuras.
Durante viagem à Itália pintou "O Coliseu" (1825), mostrando a sua formação essencialmente clássica e algumas inovações a nível da luz.
De volta à França, abandonou o academicismo em favor de um estilo paisagístico realista. Construiu então, uma pintura puramente paisagista, rural e citadina e marcada pela mestria na gradação tonal de luzes e sombras e pelo rigor construtivo da composição. As suas obras apresentavam-se expressivas e possuidoras de uma linguagem muito própria, caracterizadas pela serenidade. Fato este devido à sua anterior permanência em Itália.
Após várias exposições sem muito sucesso no Salão de Paris, começou a receber a atenção da crítica (1840), devido a quadros como "O Bosque de Fontainebleau" e "O Pastorzinho", e ganhou a cruz da Legião de Honra (1846).
Pintou, também, monumentos de variadas cidades européias, entre os quais se destacam da Catedral de Chartres (é feita referência a esta conhecida pintura no romance Caminho de Swann de Marcel Proust, em que o jovem narrador descreve a obsessão de sua avó em não dar-lhe nunca fotografias de monumentos, mas fotografias de pinturas de monumentos, como é o caso do quadro de Corot).2 A evolução da paisagem clássica para a realista deve-se, em parte, ao seu trabalho em Itália.

Honoré Daumier


Honoré-Victorien Daumier (26 de Fevereiro de 1808Marselha - 10 de Fevereiro de 1879Valmondois), foi um caricaturistachargistapintor e ilustrador francês. Ele foi conhecido em seu tempo como o "Michelangelo da caricatura". Atualmente ele também é considerado um dos mestres da litografia e um dos pioneiros donaturalismo.
Daumier mudou-se com os pais de Marselha para Paris em 1816. A mudança atendia às ambições do pai, que embora fosse mestre em vitrais queria seguir a carreira de poeta. O adolescente Daumier trabalhava como empregado de um funcionário da justiça e como auxiliar de um contador. Nessa época começou a se interessar pelas artes plásticas. Ia com certa freqüência ao Museu do Louvre, onde ficava admirando e estudando as valiosas coleções. Em 1822 teve aulas no ateliê de Lenoir, um ex-aluno de David. Também estudou profundamente as obras de Rubens e Ticiano.
Suas primeiras litografias datam de 1820, quando Daumier estava empregado como ilustrador em diferentes centros gráficos da cidade. Sua caricatura Gargântua, que ridicularizava o rei Luís Filipe, custou-lhe seis meses de prisão em 1831. Privado da liberdade, o ilustrador matava o tempo retratando os presos. Já em liberdade, assinou um contrato com a revista La Caricature e mais tarde com a célebre Le Charivari.
São conhecidas mais de 4 000 litografias de Daumier. De fato, ele foi um dos litógrafos mais especializados. Nelas reproduziu uma visão crítica, às vezes irônica, às vezes direta e certeira, dos acontecimentos de sua época. Seu estilo é dinâmico e jovial. Com uma linha, Daumier podia redefinir um conceito psicológico, como noRatapoil (1850).

Gustave Courbet


Courbet nasceu numa família de camponeses abastados na França, região do Franco-Condado. Teve algumas aulas de desenho com professores locais. Foi a Paris, onde iniciou e logo abandonou os estudos de direito. Foi sobretudo um autodidata, copiando os grandes mestres no Louvre, principalmente Hals e Velázquez. Suas primeiras obras foram uma série de auto-retratos. Em 1849 expôs no Salão de Paris "Depois do jantar em Ornans", que lhe valeu uma medalha. Em 1850, expõe os quadros "Os quebradores de pedras", "O retorno dos camponeses de Flagey" e sobretudo o Enterro em Ornans, imensa tela em que reuniu personagens de sua cidade natal, que posaram para ele. Os personagens são vistos em Paris como "feios", a obra causa escândalo. Em 1855, outra imensa tela: O Ateliê do Artista, centrada em seu auto-retrato, que Courbet expõe num pavilhão por ele expressamente construído no momento da primeira Exposição Universal de Paris. Na entrada, escreveu em grandes letras: "Pavilhão do Realismo".
O realismo de Courbet não pode ser visto como um retrato da vida moderna: o pintor se concentra sobretudo no universo camponês, em que o trabalho não é mostrado, ou quase. Seu empenho político também pouco transparece em suas obras. Mas Courbet militava pela república e pelo socialismo, e foi próximo amigo de Proudhon, de quem fez um grande retrato póstumo. Foi também amigo do poeta Baudelaire.
Courbet foi também um voluptuoso pintor de mulheres: talvez seu quadro mais célebre seja um torso feminino desnudo, mostrando o sexo, mas sem a cabeça, os braços e as pernas, intitulado "A origem do mundo", de 1866. "As senhoritas das margens do Sena" (1856), "O sono, ou A Preguiça e a luxúria" (1866), estão entre as grandes obras primas que realizou com tema feminino. Foi ainda autor de admiráveis naturezas-mortas - entre elas, as extraordinárias "Trutas". Fez muito sucesso com grandes quadros de caça. Pintou muitas paisagens de sua região, a Franche-Comté (Franco-Condado), e também marinhas, algumas com enormes ondas. Durante o episódio da Comuna de Paris, Courbet tornara-se responsável pelos monumentos da cidade. Os revolucionários decidiram derrubar a enorme coluna napoleônica da praça Vendôme. Em seguida, com a derrota da Comuna, foi preso, acusado de ser o responsável dessa demolição. Em seguida, posto em liberdade, foi condenado a pagar a reconstrução do monumento, cujo custo era elevadíssimo, muito acima de seus recursos financeiros. Para não ver seus bens sequestrados, teve que fugir para a Suíça, onde morreu

Edouard Manet


Manet nasceu em Paris em 23 de janeiro de 1832. Seu pai, Auguste, era um alto funcionário do Ministério da Justiça e descendia de uma ilustre família burguesa da capital francesa. Sra Manet (cujo sobrenome de solteira era Fournier) era filha de um diplomata francês na Suécia. Manet tinha dois irmãos mais novos: Eugène e Gustave. Apesar da educação austera, Manet pode descobrir o mundo artístico graças a um tio, o capitão Édouard Fournier, que levava Édouard e seu irmão Eugène às galerias do Museu do Louvre para admirar os grandes mestres.
Aos 12 anos, Édouard foi enviado ao colégio Rollin (hoje liceu Jacques Decour), perto de Montmartre. Na escola, Édouard foi decepcionante era pouco aplicado e um pouco insolente.
Os péssimos resultados obtidos por Édouard na escola fizeram sua família repensar nas ambições nutridas no filho primogênito, a família queria que Manet estudasse direito. Cientes que Édouard não tinha vocação para uma carreira jurídica seus pais não se opuseram ao seu desejo de tornar-se marinheiro. O primeiro fracasso ao tentar entrar na Escola Naval fez com que Édouard só entrasse para carreira de uma maneira menos nobre: pelo trabalho. Em dezembro de1848, Édouard embarcaria no barco-escola "Havre et Guadeloupe" para o Brasil como um simples marinheiro. Se esta experiência não confirmou que Édouard não tinha vocação para a marinha lhe trouxe uma grande experiência. Foi no Brasil que ele desenvolveu um certo gosto pelo exótico, pelas mulheres e desenvolveu uma repulsa ao escravismo. Marcou-o muito a luminosidade da baia de Guanabara que haveria de deixar traços marcantes na sua maneira de pintar. De volta a França em junho de 1849, Manet novamente fracassaria ao tentar entrar para Escola Naval.